Pensamentos do João Paulo

26/08/2009

35 horas

Filed under: Políticas públicas — Tags:, — jpmanaus @ 19:45

Estão discutindo no Congresso a redução de jornada no Brasil. De 44 para 40 horas. Já trabalhei 44 horas em algumas empresas, mas hoje em dia trabalho 40. Particularmente acho que essa diferença é significativa para o trabalhador. Nunca trabalhei aos sábados.  Essas 4 horas a mais representavam almoços mais curtos. Ou jornadas mais longas.

Acho uma mudança bem vinda, e quem é regido pela CLT deve estar acompanhando o assunto com atenção.  Estou comentando esse assunto aqui porque ouvi no rádio uma entrevista do Deputado Federal Nelson Marquezelli. Ele disse que os defensores da proposta argumentam que o trabalhador vai passar mais tempo com sua família, vai estudar mais, ou simplesmente terá mais tempo para lazer.  Porém o deputado declarou que isso é uma bobagem. O trabalhador vai é passar mais tempo no bar. No jogo.  Longe de casa. Por que, conclui o parlamentar, nós devemos deixar o trabalhador escolher o que quer fazer com o tempo dele? Por que, se ele pode estar produzindo e sendo útil para a sociedade, vamos deixá-lo fazer o que quiser?

É sério, o cara disse isso. Em 2009. Achei totalmente surreal. Se ele quer criticar a proposta, deveria argumentar usando aumento de custos, que isso seria repassado para a sociedade, sei lá, qualquer coisa. Mas o que ele falou foi absurdo demais.

Para o nobre deputado, o que eu tenho a dizer é que acho a minha atual jornada de 40h longa demais. Quero 35h.  Futuramente me igualar ao pessoal que trabalha 30h.

Sumiço, Trabalho, Internet

Filed under: Uncategorized — Tags:, — jpmanaus @ 19:24

Ando meio sumido daqui, e devo continuar assim por enquanto.  Estou postando isso de casa, e eu não costumo acessar muito a Internet de casa. Acontece que no trabalho o acesso a Internet sofreu uma forte restrição, desde segunda-feira. Inicialmente achei que seria algo passageiro.  Mas recentes acontecimentos tendem a transformar isso em fato permanente, pelo menos num futuro próximo.

Infelizmente, por vezes, o órgão onde trabalho parece caminhar para trás.

19/08/2009

Parlamento unicameral

Filed under: Uncategorized — jpmanaus @ 16:46

Com toda essa bagunça acontecendo no Senado Federal, naturalmente a casa virou assunto de conversas.  Então, alguns colegas mais exaltados aqui no trabalho já comentavam que um parlamento de duas câmaras só aumenta a desinformação dos eleitores. Ele ainda argumentou que nos estados e municípios o parlamento é unicameral.  Então o governo federal deveria ser unicameral também.

Pois é, só que eu descordo. O parlamento bicameral existe para proteger os estados menos populosos.  Ao contrário da Câmara dos Deputados, onde o número de representantes de cada estado varia de acordo com a população, no Senado todos os estados tem o mesmo número de representantes.  Se não houvesse o Senado, os estados do norte e centro-oeste perderiam representatividade, e a legislação seria favorável aos estados do sudeste. Portanto, o Senado precisa é de vergonha na cara, e não ser extinto.

12/08/2009

Vamos cobrir o que precisa ser coberto?

Filed under: Política — Tags: — jpmanaus @ 11:27

A Lina Maria Vieira está ocupando um espaço não desprezível na mídia já faz algum tempo. Mais do que seria razoável dado que ela não tem prova nenhuma de a Dilma mandou que ela finalizasse a investigação da Receita contra o Sarney (ou o filho do Sarney, não importa). A oposição vai querer ouvir a mulher em CPI, fazer aquele circo, etc. Isso, claro, serve para enfraquecer a Ministra para as eleições do ano que vem.

Acho que essas coisas tiram o foco do problema. Não sou particularmente simpático a nenhum dos candidatos ou pré candidatos a presidência em 2010. Embora eu não goste de nenhum, também não acho que são um desastre completo. A raiz do problema para mim está no parlamento. Não importa muito quem vai ser o Presidente, se esta pessoa vai ter que conviver com o fisiologismo do congresso nacional. Se a mídia estivesse realmente interessada em mudar/melhorar alguma coisa, o foco da cobertura das eleições 2010 terá/teria que ser os candidatos ao parlamento.

Isso incluiria explicar ad nauseum o que é uma eleição proporcional. Mobilizar a opinião pública sobre a disciplina de votos. Entendo que fazer a cobertura de campanha de alguns candidatos seria problemático, porque fica inviável cobrir todas as candidaturas, e cobrindo só alguns você acaba favorecendo os que mais aparecem.  Mas é óbvio que o atual descaso da imprensa com as eleições para, por exemplo, câmara de deputados, facilita muito a eleição de diversos bandidos.

08/08/2009

Dica Gastronômica

Filed under: Gastronomia — Tags:, , — jpmanaus @ 00:30

Passei metade desta semana em Florianópolis, trabalhando.  Sexta-feira, terminado o compromisso profissional, consultei a lista da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança, e encontrei aqui na ilha o Bistrô D’Acampora.  Bom, acontece que eu conheço uma pessoa que coleciona os pratos da Boa Lembrança, então, quando viajo, me dei essa obrigação moral de pegar um prato pra ela.

Pato Rouco

Mas o Bistrô foi uma ótima surpresa. Inicialmente, esteja avisado que eles só atendem com reserva.  De preferência faça com alguns dias de antecedência, caso sua visita seja durante a alta temporada (de dezembro a fevereiro). Nesta fria e chuvosa noite de inveno, não tive problemas para reservar uma mesa poucas horas antes do jantar.  O lugar é fantástico, com pouquíssimas mesas, funciona na própria casa da família D’Acampara. Logo na chegada, você é convidado a apreciar o acervo artístico do local. O dono te atende pessoalmente, e um dos dois garçons do lugar é também um sommelier. Eles tem uma grande carta de vinhos, mas não me dei ao trabalho de escolher. Aprendi uma dica outro dia, de que o melhor é pedir a recomendação do sommelier, que vai lhe sugerir algo que combine com o prato pedido.

No caso, eu obviamente tive que pedir o prato da Boa Lembrança, que este ano é o Pato Rouco! Uma sobrecoxa de pato com um molho que, entre outras coisas inclui dose generosa de mostarda (eu adoro mostarda!), acompanhado de talharim. Entradas, prato principal, sobremesa, etc, estava tudo muito saboroso. Definitivamente recomendo este restaurante para quem estiver procurando boa gastronomia em Floripa.

Ah, o lugar é pequeno, o atendimento é diferenciado, então espere pagar premium por isso. Uma extravagância de vez em quando não vai levar ninguém a falência 🙂

04/08/2009

E os que foram eleitos com os votos do cassado?

Filed under: Política — Tags:, , — jpmanaus @ 15:54

O Vereador Henrique Oliveira foi cassado esta semana. Sua candidatura estava irregular, então o processo nem demorou muito. Graças ao seu programa na TV, Henrique foi o mais votado em Manaus. 35.000 votos. Não conheço os outros parlamentares da legenda dele. Imagino que muita gente também não conheça. Mas com ajuda desses 35k votos, vários Vereadores foram eleitos com votações medíocres.

O Vereador foi cassado, mas os votos continuam para o Partido. Então não houve alteração no coeficiente eleitoral e o suplente dele (o próximo na lista do Partido ou coligação) fica com  a vaga. Nada acontece com os demais que foram eleitos com os 35k votos. Francisco da Jornada, o suplente, teve 2.996 votos em 2008. Altamente representativo.

Essa situação só demonstra a necessidade comentada no post abaixo, que precisamos fortalecer os partidos e depender menos dos candidatos individualmente. Claro que nossos atuais representantes não fazem questão de esclarecer para a população o funcionamento da eleição proporcional. É mais fácil um dono de emissora de TV dar programas que exploram a pobreza para bons comunicadores, e depois elegerem-se, com ajuda dos votos desses comunicadores, para diversos cargos. Vide a bancada da TV Rio Negro, cujo líder é o Deputado Federal Francisco Garcia. Não por acaso do mesmo partido do Vereador Henrique. E do Deputado Estadual Wallace. Ambos os mais votados nas respectivas eleições.

Ah, apesar de ter sido cassado pelo TSE, ainda cabe recurso no STF.

Democracia líquida?

Filed under: Política — Tags:, , — jpmanaus @ 15:18

Esses dias tenho ouvido falar desse assunto, a tal da Democracia Líquida.  Recebi um email de um amigo sobre isso, outro comentou no gtalk, e por aí vai.  Falaram até que é a onda do momento. Acredito que está na moda até por causa da atual crise no Senado.  A gente vai perdendo a paciência com bagunça toda que está aí, e começa a pensar em outras soluções. Esse é o link que recebi no email, que explica melhor a ideia.

Lendo assim, do jeito que foi colocado, parece uma coisa até fácil de implantar, necessitando apenas de algum trabalho duro para montar a infra estrutura. Mas no que se refere as matérias a serem votadas, o trabalho de um parlamento não se resume a propor a lei, discutir e depois votar. Parlamentares podem, por exemplo, propor destaques e emendas, que alteram o texto original, votando este texto alterado. Agora imagine que numa população de 180 milhões, 1% resolva participar ativamente de um tema. São 1.800.000 pessoas. Não acho razoável acreditar que o assunto vá avançar tão cedo. São muitas opiniões diferentes, e muitas formas de atrasar a votação.

Por isso mesmo elegemos nossos representantes. Para que, num grupo menor, as discussões possam avançar com mais celeridade. Porém, no modelo democrático brasileiro, cada deputado tem direito a votar como quiser em qualquer assunto. Acredito que precisamos implementar a disciplina de voto, ou seja, todos os deputados que pertencem ao mesmo partido exercem o mesmo voto sobre uma matéria. Nesse caso, só em determinadas matérias o parlamentar pode votar de acordo com sua vontade individual (chamadas matérias transversais, que estariam acima de questões partidárias, como células tronco e aborto).

Muitos irão achar que precisamos primeiro de uma reforma partidária, para disciplinar os partidos e diminuir a quantidade deles, antes de implementarmos a disciplina de voto.  Penso ser o contrário. A disciplina de voto automaticamente torna os partidos mais importantes que os indivíduos, fazendo com que a sociedade se interesse pelo projeto de cada agremiação, podando aquelas que estão interessadas apenas em fisiologismo. Dado que atualmente nossas eleições parlamentares são proporcionais, e não majoritárias, faz sentido fortalecer os partidos.

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