Pensamentos do João Paulo

04/08/2009

E os que foram eleitos com os votos do cassado?

Filed under: Política — Tags:, , — jpmanaus @ 15:54

O Vereador Henrique Oliveira foi cassado esta semana. Sua candidatura estava irregular, então o processo nem demorou muito. Graças ao seu programa na TV, Henrique foi o mais votado em Manaus. 35.000 votos. Não conheço os outros parlamentares da legenda dele. Imagino que muita gente também não conheça. Mas com ajuda desses 35k votos, vários Vereadores foram eleitos com votações medíocres.

O Vereador foi cassado, mas os votos continuam para o Partido. Então não houve alteração no coeficiente eleitoral e o suplente dele (o próximo na lista do Partido ou coligação) fica com  a vaga. Nada acontece com os demais que foram eleitos com os 35k votos. Francisco da Jornada, o suplente, teve 2.996 votos em 2008. Altamente representativo.

Essa situação só demonstra a necessidade comentada no post abaixo, que precisamos fortalecer os partidos e depender menos dos candidatos individualmente. Claro que nossos atuais representantes não fazem questão de esclarecer para a população o funcionamento da eleição proporcional. É mais fácil um dono de emissora de TV dar programas que exploram a pobreza para bons comunicadores, e depois elegerem-se, com ajuda dos votos desses comunicadores, para diversos cargos. Vide a bancada da TV Rio Negro, cujo líder é o Deputado Federal Francisco Garcia. Não por acaso do mesmo partido do Vereador Henrique. E do Deputado Estadual Wallace. Ambos os mais votados nas respectivas eleições.

Ah, apesar de ter sido cassado pelo TSE, ainda cabe recurso no STF.

Democracia líquida?

Filed under: Política — Tags:, , — jpmanaus @ 15:18

Esses dias tenho ouvido falar desse assunto, a tal da Democracia Líquida.  Recebi um email de um amigo sobre isso, outro comentou no gtalk, e por aí vai.  Falaram até que é a onda do momento. Acredito que está na moda até por causa da atual crise no Senado.  A gente vai perdendo a paciência com bagunça toda que está aí, e começa a pensar em outras soluções. Esse é o link que recebi no email, que explica melhor a ideia.

Lendo assim, do jeito que foi colocado, parece uma coisa até fácil de implantar, necessitando apenas de algum trabalho duro para montar a infra estrutura. Mas no que se refere as matérias a serem votadas, o trabalho de um parlamento não se resume a propor a lei, discutir e depois votar. Parlamentares podem, por exemplo, propor destaques e emendas, que alteram o texto original, votando este texto alterado. Agora imagine que numa população de 180 milhões, 1% resolva participar ativamente de um tema. São 1.800.000 pessoas. Não acho razoável acreditar que o assunto vá avançar tão cedo. São muitas opiniões diferentes, e muitas formas de atrasar a votação.

Por isso mesmo elegemos nossos representantes. Para que, num grupo menor, as discussões possam avançar com mais celeridade. Porém, no modelo democrático brasileiro, cada deputado tem direito a votar como quiser em qualquer assunto. Acredito que precisamos implementar a disciplina de voto, ou seja, todos os deputados que pertencem ao mesmo partido exercem o mesmo voto sobre uma matéria. Nesse caso, só em determinadas matérias o parlamentar pode votar de acordo com sua vontade individual (chamadas matérias transversais, que estariam acima de questões partidárias, como células tronco e aborto).

Muitos irão achar que precisamos primeiro de uma reforma partidária, para disciplinar os partidos e diminuir a quantidade deles, antes de implementarmos a disciplina de voto.  Penso ser o contrário. A disciplina de voto automaticamente torna os partidos mais importantes que os indivíduos, fazendo com que a sociedade se interesse pelo projeto de cada agremiação, podando aquelas que estão interessadas apenas em fisiologismo. Dado que atualmente nossas eleições parlamentares são proporcionais, e não majoritárias, faz sentido fortalecer os partidos.

31/07/2009

Senado da Mãe Joana

Filed under: Política — Tags:, , , , — jpmanaus @ 11:04

Estava ontem voltando do almoço para trabalho, e nesse horário geralmente acabo ouvindo a Crônica do Planalto, no CBN Total.  Está disponível no site da CBN, caso alguém queira ouvir.

Um breve resumo da semana, antes de fazer minhas considerações.  O PSDB resolveu representar o Sarney no Conselho de Ética do Senado. Em represália, o PMDB vai entrar com uma representação contra Artur Neto.  Basicamente ambas pelos mesmos motivos, que incluem funcionários fantasmas, atos secretos e outras condutas duvidosas.

Destaquei a palavra “represália” acima porque achei extremamente triste. Eles não deveriam representar porque houve quebra de decoro? Porque seria o “correto”, do ponto de vista ético (posto que o Conselho é de Ética)? Uma declaração interessante sobre o assunto, do Senador Renan Calheiros, que apesar dos recentes escândalos envolvendo seu nome, é líder do PMDB no Senado: “O PMDB nunca quis representar. Não é característica do partido.  Nós tivemos de agir com reciprocidade”.  Deixa bem claro que a ética é o de menos. Se o Senado fosse sério, Renan teria renunciado o mandato ao invés de renunciar apenas a presidência da Casa.  O Sarney teria renunciado pelo menos o cargo de Presidente no começo dessa novela de atos secretos.  O Artur já estaria respondendo ao Conselho de Ética, desde que falou-se pela primeira vez no caso do funcionário fantasma que estudava na Espanha, do tratamento de saúde da mãe dele que nós pagamos e os U$10.000,00 que ele teria pego emprestado do Agaciel Maia. Aliás, se fosse sério, o próprio Senador faria questão de ir ao Conselho prestar esclarecimentos.

Agora, fica engraçado quando o Sarney e o Lula dizem que a crise pertence ao Senado, como instituição, desligado do nome específico de qualquer Senador.  O Senado, claro, é uma instituição. Porém, isso não lhe confere vontade própria.  A instituição é aquilo que seus membros são. A instituição não é enfraquecida pelas denúncias.  Ela é enfraquecida quando qualquer tentativa de aprofundar as investigações acaba em pizza. Quando a sociedade fica com a percepção de que lá acontecem coisas erradas e ninguém é punido. Bom, talvez o Agaciel seja punido. Mas, e os Senadores?

29/07/2009

Marketing 4 dummies

Filed under: Esportes — Tags: — jpmanaus @ 15:43

Como transformar uma notícia ruim em milhares de dólares.

Agora, e se esse cara resolve ganhar umas corridas, como fica a F1? Acho difícil isso acontecer.  Embora ele seja gênio, em qualquer esporte é 20% talento e 80% treino.  E ele tá numa fase “Ronalducho”, com uns quilos a mais. Além disso, o carro este ano não está ajudando muito. Mesmo assim, fica a pergunta, “e se ganhar?”. Acho que desmoraliza o resto do grid.  Vai ser divertido.  Espero que aconteça 🙂

28/07/2009

Sobre carros particulares

Filed under: Políticas públicas — jpmanaus @ 11:22

Trabalho a cerca de 15km da minha casa.  Pra mim não é viável ir ao trabalho a pé (talvez se eu fizesse o tipo atlético, mas realmente não é o caso).  Como, por sorte, me desloco no chamado contra fluxo, não tenho (grandes) problemas com engarrafamentos. Ainda assim,  me incomodo com essa dependência do carro particular.

Quando estou dirigindo, principalmente durante a semana, no horário que as pessoas costumam estar indo ou voltando do trabalho, gosto de olhar os outros veículos. Normalmente vai apenas uma pessoa a bordo.  Inclusive no meu caso. Na minha opinião não faz o menor sentido movimentar um objeto que pesa em média uma tonelada, gastando combustível, óleo, e outros recursos, para deslocar uma única pessoa.  Sendo que geralmente cabem pelo menos cinco em um carro.  Reclamamos do trânsito caótico nas grandes cidades (aqui em Manaus, em determinadas ruas existe engarrafamento inclusive fora dos horários mais críticos). O problema começa no fato de todo mundo que tem carro usá-lo para tudo.  Isso sem entrar muito em outros detalhes, como aquecimento global, esgotamento de recursos naturais e preço da gasolina.

Culturalmente, não só aqui no Brasil, mas em quase qualquer lugar do planeta, o carro particular é um símbolo de sucesso e status.  Quanto maior/melhor/mais novo o seu carro, mais bem sucedido você é.  Até pouco tempo atrás eu achava normal ver propagandas dos novos modelos de carro na TV.  Hoje acho imoral. Por que continuar lançando carros gigantescos se eles vão levar por uma pessoa só?  Todo mundo já viu (pelo menos fotos) de carros conceito em feiras em salões do automóvel. Em geral eles são pequenos, para três ou duas pessoas. Ideais, segundo os projetistas, para rodar nas cidades.  Nunca passaram do conceito.

A questão cultural do carro não surgiu do nada.  Historicamente existem razões para estarmos na situação atual.  Claro que mudar esse pensamento de uma hora para outra é impossível.  Mas o primeiro passo é reconhecer e debater o problema, para que futuras gerações possam enxergar o veículo particular de forma diferente da que vemos hoje.

A ideia não é abolir o carro das garagens. É fazer um uso mais racional. Utilizá-lo para fins mais específicos. Por exemplo, um deslocamento para uma festa, a noite. Uma viagem para uma cidade próxima.  Ir para um sítio no fim de semana.

Então, por que eu continuo usando o carro para meus deslocamentos cotidianos? Por que eu nunca entrei em um ônibus em Manaus? A resposta curta é porque o transporte coletivo, aqui em Manaus, é indigno.  Ninguém que tenha carro vai se sujeitar a utilizá-lo. Vou elaborar melhor essa questão sobre o transporte coletivo em um próximo post. Por enquanto, finalizo dizendo que uso o carro particular, mas contrariado.

27/07/2009

JP?

Filed under: Uncategorized — jpmanaus @ 23:11

Quem diria que um dia eu estaria blogando?  Sempre achei isso um pouco besta, ou por outro lado, que eu não iria querer publicar nada para outros lerem.

Bom, mas acontece que de uns tempos pra cá comecei a sentir a necessidade de deixar algumas coisas escritas.  Ando me perdendo nas minhas divagações, então esse blog vai servir como um catálogo pra mim mesmo.  Escrever um pouco sobre o que está ocupando a minha cabeça naquele momento.  Não tenho um tema fixo, apenas a “diretriz” de que não vou colocar nada pessoal.

Não curto colocar informações pessoais na web. Nem meu sobrenome vai aqui.  Quem me conhece sabe.  E quem não conhece, ou nem vai aparecer aqui, ou quando aparecer, realmente não vai precisar dessa informação.

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